A
carta foi publicada nesta quinta-feira, 6, na primeira página (site) da
Associação Brasileira de Imprensa. Leia a integra:
Colegas jornalistas,
Só
os Sindicatos apresentam-se como caminho coletivo para tirar nossa profissão da
inviabilidade em que se encontra. Mas o Sindicato dos Jornalistas Profissionais
do Estado do Rio de Janeiro (SJPRJ), com sede em Niterói, não tem cumprido esse
papel. Mal estamos conseguindo sobreviver da nossa profissão, e as pessoas que
se diferenciam muito dessa situação não são em número representativo de nossa
categoria.
SJPRJ
falido, um círculo vicioso - Nosso Sindicato está com as contas bloqueadas, com
dívidas impagáveis, e sem conseguir realizar qualquer prestação de contas desde
o início da atual gestão. Administrativamente, ainda funciona à base de fichas
de papel, o que impede inclusive de saber o correto número de filiados e quais
estão adimplentes. A maioria dos filiados, inclusive diretores, é de
inadimplentes. Aqueles que realizaram recentemente a sindicalização não
conseguem sequer obter o recibo de pagamento, porque a entidade não fornece
esses documentos.
Atualmente
inexiste uma forma de acompanhar o fluxo financeiro da entidade. A falta de
transparência fragiliza o sindicato quando informações de dívidas ativas e
ausência de manutenção dos equipamentos importantes são divulgadas, engessando
o movimento e centralizando decisões em poucos atores.
Instalou-se
um ciclo vicioso interminável: a categoria não é defendida porque o Sindicato é
ineficaz; o Sindicato é ineficaz porque não tem dinheiro para dar suporte
financeiro e técnico à luta sindical; como não há luta sindical eficaz, os
colegas não sentem-se motivados a se filiarem; sem filiações, o Sindicato não
tem dinheiro para pagar funcionários. Sem recursos, a secretaria conta, de
fato, atualmente, com apenas uma funcionária. Com ainda menos filiações, e
nenhum suporte financeiro e técnico, é impossível fazer a luta sindical. E o
que temos hoje é uma entidade sem força diante do Sindicato patronal e sem
força sindical das e dos jornalistas. A categoria está acéfala!
O
resultado desse ciclo vicioso é que fica cada vez mais difícil viver do
Jornalismo no interior, o que prejudica de forma gravíssima a sociedade. Basta
ver o caos político e social em que o país e as nossas regiões se encontram,
com a volta de sentimentos e atos fascistas em nossa sociedade, em função da
falta de confiabilidade dos órgãos de comunicação privados, pautados apenas
pelos interesses patronais com a exploração de colegas aviltados.
Tentando
virar a mesa
- À iniciativa de profissionais do Coletivo de Jornalistas de Macaé e Região,
que logo recebeu a adesão dos colegas de Campos dos Goytacazes e Sul
Fluminense, somaram-se jornalistas de redações de jornais, rádios, TVs e
internet, assessorias de comunicação e professores de Comunicação de diversas
regiões do estado, como Lagos, Leste e Metropolitana, que estão se reunindo há
alguns meses com o objetivo de tentar mudar essa situação.
Em
assembleia oficial do Sindicato, no dia 20 de janeiro de 2024, conseguiram
aprovar por 7 votos a 5 a criação de uma comissão provisória, ainda a ser
composta, para auditar o estado falimentar da entidade e propor novas eleições.
A proposta derrotada previa a prorrogação do mandato da atual diretoria por
mais um ano. Vale lembrar aqui que as eleições deveriam ter acontecido em
novembro de 2023 e a atual diretoria já vem prorrogando o mandato.
Outra
proposta aprovada, por 14 votos a 1, e uma abstenção, foi a de uma assembleia,
com data a ser marcada, para definir uma forma de consultar a categoria no
interior do Estado sobre a unificação com o Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Município do Rio de Janeiro.
Convite
à Luta
- Convidamos todos as colegas e todos os colegas para esta assembleia, que será
oportunamente divulgada pelo sindicato para definir a composição dessa comissão
e seu formato. Convidamos também para se engajar na luta pela formação de um
Coletivo Estadual de Jornalistas que encaminhará nossas lutas, e por um
sindicato forte e único no Rio de Janeiro.
Vamos
mudar o Sindicato, vamos salvar nossa profissão!
Assinam
o documento:
Alexandre
Trapaga – Coletivo dos Jornalistas de Macaé/Região
Álvaro
Britto – AJOSUL Associação de Jornalistas do Sul Fluminense
Andrea
Pessanha – Coletivo dos Jornalistas de Macaé/Região
Claudia
de Abreu – Jornalista
Fernanda
Viseu – Coletivo dos Jornalistas de Macaé/Região e Ex-Vice Presidente do SJPERJ
Julia
Duppre de Abreu – AJOSUL Associação de Jornalistas do Sul Fluminense
Julio
– Jornalista Campos dos Goytacazes
Marcello
Riella Benites – Coletivo dos Jornalistas de Macaé/Região
Paulo
Henrique Nobre – Ajosul
Ruan
Souza – Jornalista de Campos dos Goytacazes
Wellington
Cordeiro – Presidente da Associação de Imprensa Campista
Bianca
Marques – jornalista Itaperuna e ex-diretora do SJERJ
Cristina
Frazão – Coletivo de Jornalistas de Macaé e Região
Lourdes
Acosta – Coletivo de Jornalistas de Macaé e Região
Ana
Clara Menezes de Azevedo – Jornalista, Assessora de Imprensa, Macaé
Vitor
Menezes – Associação de Imprensa Campista
Monica
Mello Torres – Coletivo de Jornalistas de Macaé e Região.
Postado
por Lourdes Acosta
Jornalista
Profissional DRT/MTE 911MA
Texto:
Coletivo dos Jornalistas de Macaé/Região
Macaé, 06/03/2025.
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