No caminho certo, legislativo proíbe hidrelétricas em Macaé


Na última quarta-feira (16). O Legislativo macaense aprovou por unanimidade o Projeto de Lei (PL) 124/2019, que proíbe a construção de usinas hidrelétricas, incluindo as de pequeno porte, em toda a extensão da bacia hidrográfica do Rio Macaé. Mas, para entrar em vigor, a lei precisa ser sancionada pelo prefeito da cidade.

De autoria do vereador Cristiano Gelinho, do Cidadania, o projeto foi defendido por Luiz Fernando (Cidadania), Márcio Bittencourt (Cidadania), Marcel Silvano (PT) e George Jardim (PSDB), que justificaram o voto baseados nos possíveis impactos sociais e ambientais que uma usina hidrelétrica pode causar.

Gelinho, ressaltou que as pessoas querem um município fortalecido em sua economia com empreendimentos de gás natural. “Querem uma hidrelétrica no distrito do Sana (Região Serrana), mas a alternativa viável para lá é o turismo. Praticamente toda a população também é contra e o prefeito garantiu que vai sancionar”, disse.

De acordo com especialistas ambientais, apesar das usinas hidroelétricas utilizarem um recurso natural renovável e de custo zero que é a água, "não poluem" o ambiente, porém alteram a paisagem ocorrem grandes desmatamentos provocam prejuízos à fauna e à flora, inundam áreas verdes, além do que muitas famílias são deslocadas de suas residências, para darem lugar à construção dessa fonte de energia.

É sabido que durante a construção de uma usina hidrelétrica muitas árvores de madeira de lei são derrubadas, outras são submersas, apodrecendo debaixo d'água permitindo a proliferação de mosquitos causadores de doenças. Muitos animais silvestres morrem, por não haver a possibilidade de resgatá-los. Tudo isso, em nome do desenvolvimento e conforto. Uma usina hidrelétrica leva em média 10 anos para ser construída e tem vida útil em média de 50 anos.

Além disso, o Rio Macaé, que há décadas vem lutando por sua sobrevivência, não deverá suportar mais esse impacto ambiental. Ele abrange grande parte (82%) do município de Macaé e parcelas dos municípios de Nova Friburgo (onde estão localizadas as nascentes), de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Conceição de Macabu e Carapebus, compreendendo cerca de 1766 km² e já sofre com o desgaste ambiental. “O Rio Macaé resiste com a luta e participação pela preservação. O gesto da Câmara de Macaé reforça toda a luta dos pesquisadores, técnicos, ambientalistas, moradores das localidades próximas e tantos outros que tem certeza da gravidade dos impactos para agora e para as próximas gerações”, assinalou Marcel Silvano.

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Jornalista Lourdes Acosta

DRT/MTE 911/MA.

Com informações na Assessoria de

Comunicação da Câmara Municipal de Macaé.

Macaé 18/09/2020. 

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