Participaram
da live a ativista Jô Wilme, da Mobilidade Urbana; Elaine Antunes, assistente
social da SDSDH; Helder Santana, publicitário e audiovisual e Leandro
Magalhães, professor e músico.
Para
provocar o debate, a coordenadora de Políticas Sociais e Igualdade, Conceição
de Maria, após das as boas-vindas aos participantes abriu o espaço com uma
frase do advogado e filósofo Silvio Almeida, que diz que o ‘Brasil tem de se
livrar dessa alma de escravo’ e em seguida formulou questionamentos como “O
racismo existe ou é coisa da nossa cabeça?” e “No Brasil há liberdade de viver
os traços negróides – ideologia do embranquecimento?”.
- Ainda hoje
as pessoas acham que o racismo estrutural e institucional são coisas da nossa
cabeça, por isso, a primeira pergunta foi se o racismo existe. E a gente vê que
existe, fere, prejudica a saúde e até provoca doença mental. Então, esse espaço
foi para trazer ao debate pessoas dos seus lugares de conforto para poderem
pensar e causar na sociedade esse grito, essa voz que está dentro da nossa
garganta, de um Brasil igualitário e é isso que nós queremos –, ressaltou
Conceição.
Durante a
live cada participante fez seu alerta social de que a luta é para a equidade.
Elaine
Antunes, assistente social da SDSDH, contou histórias de racismo que acontecem
em situações que as pessoas muitas vezes nem percebem. Ela suscitou que, para
conquistar espaços, os negros precisam estar instrumentalizados, estabelecer
limites e exercer sua liberdade, colocando ou não o turbante para ficar bonito.
“No modo como a gente constrói é que precisamos trabalhar com aqueles que nos
cercam e para nos sentirmos empoderados, passar por esse recorte. É um processo
que precisamos lapidar em nós mesmos para nos sentirmos abraçados pela
liberdade”, frisou.
O
publicitário Helder Santana, confirmou que o racismo existe sim e que no Brasil
é muito acentuado. Ele citou como fator agravante o próprio negro que muitas
vezes finge não ser negro e não ter passado por situações de racismo. Falou dos
padrões de beleza e estéticos de exclusão, utilizados por muitas famílias comparando,
por exemplo, os tipos de cabelo, o liso como bom e o cacheado como ruim. Santana falou também das conquistas, mas disse
que o processo é contínuo e que ainda não existe conquista garantida.
A roda de
conversa seguiu com o debate por mais de uma hora discutindo e refletindo a
discriminação racial. A ativista Jô Wilme e o músico Leandro Magalhães também
se manifestaram. Jô, afirmou que ainda é muito difícil exercer o ser negro numa
sociedade preconceituosa. Já o Leandro, citou as desigualdades, mas também lembrou
os avanços, como as cotas universitárias e concurso público, por exemplo.
“Ainda temos muito que avançar no combate ao racismo e seguir conquistando
nosso espaço e empoderamento”.
Fechando a
Live, Conceição de Maria colocou a seguinte frase de Conceição Evaristo: “Tenho
dito e gosto de afirmar que a minha história é uma história perigosa como é a
história de quem sai de classes populares de uma subalternidade e consegue
galgar outros espaços”.
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Comunicação
Desenvolvimento Social
Jornalista
Lourdes Acosta – DRT/MTE 911 MA.
Macaé, 21/03/2021.
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