Li recentemente, duas boas matérias sobre a instalação de várias usinas termelétricas na cidade que poderão consolidar Macaé como novo polo de energia... Fiquei pensando: Que venham as usinas termelétricas, extremamente importantes para o desenvolvimento da indústria de energia e para a economia Regional. Porém, me veio à tona uma reflexão sobre questão do Meio Ambiente, no que tange à nossa água de cada dia que é alimentada pelo Rio Macaé.
A importância do balanço hídrico está relacionada,
principalmente, à oferta de água no trecho de Severina, onde ocorrem as
principais captações para uso humano e industrial no Rio Macaé (Cedae/MKT Ambiental,
Petrobras e Termoelétrica). A oferta de água nesse trecho, em um cenário de
escassez poderá resultar num comprometimento do estoque d’água na Região.
Busquei os indicadores de uso d’água desenvolvidos para
as usinas termoelétricas localizadas na região Sudeste e verifiquei que a Usina
Termelétrica Mário Lago (Antiga Macaé Merchant) utiliza um volume extremamente
baixo, pois a tecnologia de geração não demanda grandes sistemas de
resfriamento. Mas, a Usina Norte Fluminense a captação é bem maior. E as usinas
que virão, quanto será o volume de captação?
A reflexão é: O Rio Macaé, que há décadas vem lutando por
sua sobrevivência, suportará mais captação d’água??? Ele abrange grande
parte (82%) do município de Macaé e parcelas dos municípios de Nova Friburgo (onde
estão localizadas as nascentes), de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras,
Conceição de Macabu e Carapebus, compreendendo cerca de 1766 km². Todos esses
municípios utilizam da sua água. Macaé, que possui uma população estimada em
256.672 pessoas (IBGE), tem problemas de captação no período do verão, quando
há falta d’água em vários bairros da cidade...
Além disso, teremos que pensar na situação atual do rio,
que passa por grave processo de assoreamento, destruição da vegetação de Mata
Atlântica e contaminação da água por lixo e esgoto. O município macaense tem vivenciado
esses problemas ambientais que se agravam, principalmente, se o Rio Macaé
continuar a sofrer o processo de degradação ambiental causado, em grande parte,
pela ocupação irregular das margens, uma das consequências do crescimento
desordenado que o município vivenciou nos últimos 25 anos. Esse crescimento fez
surgir muitas comunidades na periferia e muitas áreas de preservação ambiental
foram ocupadas.
É preciso preservar o Rio Macaé... É preciso amar a
cidade!!!
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Jornalista Lourdes Acosta
DRT/MTE 911/MA.
Macaé, 30/07/2020.
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