Porque
celebramos Corpus Christi
Tomai e comei, isto é o meu corpo (Mc
14,12-16.22-26)
Celebramos hoje a festa do Santíssimo
Sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor, reafirmamos a nossa fé na
presença real e substancial de Cristo no pão e no vinho consagrados como
alimento da nossa salvação. Diante de tão grande mistério, somos chamados a
elevar os nossos corações para o alto e fazer eco à profissão de fé eucarística
no pão e vinho.
Esta festa de Corpus Christi foi instituída
pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão
sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada
na semana santa.
A ceia é um momento de alegria, partilha e
comunhão. Descartando comer o cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o
pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração
do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo
Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é
vida para todos.
Por que o Senhor utilizou pão e vinho?
Porque são os alimentos mais simples, mais comuns da mesa dos judeus. O pão e o
vinho eram do dia-a-dia do pobre e do rico. Ainda hoje, nos países da bacia do
Mediterrâneo, ao sentarmo-nos para o almoço ou jantar, encontramos logo na mesa
uma garrafa d’água, uma garrafa de vinho e pão fatiado. Jesus não quis ser o
Jesus dos grandes momentos, o Jesus de algumas poucas ocasiões; ele quis ser o
Jesus de todos os dias, o Jesus de todos os momentos, o Jesus dos pobres e dos
ricos, o Jesus de todos e de tudo. Por isso mesmo escolheu sinais tão ínfimos,
tão humildes. Jesus, por tua humildade e por tua divina disponibilidade
em se dar a nós de modo tão simples, tão desprovido de grandeza ensina-nos, pelo pão e vinho eucarístico,
a virtude da humildade, da simplicidade, da arte de perceber o valor das coisas
humildes e pequena, nas quais tu te escondes…
Por que Jesus disse “é meu corpo, é meu
sangue”? Corpo ou carne, na Bíblia, não é somente a musculatura da pessoa, mas
toda ela – sua inteligência, seus sentimentos, seu corpo, suas emoções, seus
planos… É dito carne ou corpo para significar que o homem é frágil, murcha como
a erva do campo. Então, quando Jesus diz: “Isto é o meu corpo”, ele quer dizer:
“Isto sou eu com minha vida, que tomei de vós no seio de Maria, a Virgem. Eu
vos dou minha humanidade: meus cansaços, meus sonhos, minhas andanças… Dou-vos
tudo quando vivo no meio de vós, feito homem, eu, o Verbo que se fez carne!” E
o sangue? Não significa simplesmente o líquido vermelho que corre nas nossas
artérias. Sangue, na Bíblia, significa a vida. O sangue derramado significa a vida
tirada, a vida violentada.
Ao dizer “Isto é o meu sangue”, o Senhor
está dizendo: “Eu vos dou toda a minha vida que se foi derramando por vós,
desde o primeiro momento da minha existência humana. Fui me derramando por vós
em cada cansaço, em cada decepção; fui me derramando em cada noite em oração,
em cada agonia… até aquela última, da cruz e da sepultura…” Então, “isto é o
meu corpo, isto é o meu sangue” significa “isto sou eu todo, com o que tenho,
com o que sou, com o que vivi e com o que morri, com o que amei e com o que
sonhei, que agora entrego a vós e por vós”.
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Postado por: Jornalista Lourdes Acosta
Texto/Fonte: Sistema Canção Nova de
Comunicação
Macaé 11/06/2020.
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